Clube do Povo de Esgueira

16 de Julho de 2019 às 21:07

“Foi uma época difícil, mas globalmente positiva”

Jorge Caetano, presidente do Clube do Povo de Esgueira, faz, numa pequena entrevista ao nosso site, um balanço da exigente época que ficou marcada pelo regresso da equipa sénior masculina ao principal escalão do basquetebol nacional, desvendando algumas exigências que estão associadas a esse facto.

O responsável perspectiva, também, um pouco do que pode ser o futuro, deixando uma certeza: “O Clube precisa de mais apoios e é importante sermos mais criativos no processo da sua angariação”. Jorge Caetano promete, também, novidades para breve.

A temporada 2018/2019 chegou ao fim. Já é possível fazer um balanço?

A época desportivamente chegou ao fim. Foi uma época difícil a todos os níveis, obviamente marcada pela participação na Liga Placard - uma competição que é muito exigente e da qual o clube esteve ausente durante muitos anos -, mas globalmente positiva. Num âmbito mais alargado, o ano desportivo do Clube só termina no dia 31 de Agosto e estamos a trabalhar para que termine o melhor possível.

Desportivamente, ficou satisfeito com a prestação das equipas seniores e de formação?

Sim, ficámos satisfeitos. Nas equipas seniores atingimos os objetivos propostos inicialmente, que era a manutenção nas respetivas competições. Houve dificuldades, alguns contratempos, necessidade de gerir expetativas, mas as equipas, e todos os seus elementos, tiveram um excelente desempenho nos momentos cruciais. Nos escalões de formação também estamos satisfeitos com o percurso e trabalho realizado pelos diversos escalões. Apesar deste sentimento de satisfação, achamos convictamente que se pode sempre fazer melhor.

A subida da equipa sénior masculina à Liga já se sabia que iria trazer encargos a que o clube não estava habituado. Como é que foi possível dar resposta a essas exigências e até que ponto desequilibrou as contas do clube?

O desafio foi muito grande e é difícil de partilhar tudo numa resposta simples. A participação na Liga Placard, a partir do momento que foi conseguida, está a ser encarada pelo Clube como uma oportunidade. Queremos que esta participação seja o elo de ligação entre todos no Clube e do Clube com a cidade. Queremos transportar com a equipa e o Clube a paixão que a cidade de Aveiro tem por esta modalidade. É um facto que os encargos subiram e isso já sabíamos que ia acontecer. As receitas também cresceram, apesar de nunca crescerem proporcionalmente, mas registou-se um incremento em alguns dos indicadores, como por exemplo o número de sócios, a publicidade no pavilhão, a nova receita proveniente da bilhética. Existe uma dificuldade muito grande, que é o equilíbrio da tesouraria ao longo de todos os meses, e essa situação é penalizadora, algo que temos que tentar melhorar. Tem que se referir, também, o poio da OLI, da Câmara Municipal de Aveiro, da Junta de Freguesia de Esgueira e de todos os nossos Patrocinadores. Globalmente, o resultado é expectável que fique aquém do objetivo e que seja um pouco negativo, mas achamos que ainda é sustentável, sendo no entanto fundamental e imperioso inverter essa tendência. O Clube precisa de mais apoios e é importante sermos mais criativos no processo da sua angariação. Será necessário adicionar novas valências à organização. Vamos precisar da ajuda de todos.

Mas jogar na Liga, com jogos em sinal aberto na televisão e ser dos clubes que mais adeptos tem nas partidas em casa não fez com que o Clube do Povo de Esgueira tenha conseguido mais receitas e apoios?

Participar na Liga traz obviamente mais receitas, mas, como disse antes, as receitas não acompanham proporcionalmente as despesas. Os jogos da Liga Placard transmitidos em sinal aberto são um fator muito positivo, para aumentar o mediatismo da modalidade, e essa é uma oportunidade que tem que ser melhor explorada. Apesar disso, não existe retorno material direto dessas transmissões e o Esgueira apenas teve um jogo transmitido em casa.

Desde que assumiu a liderança do clube, considera que esta foi a época mais desgastante para a Direção do Esgueira?

Todas as épocas são desgastantes, porque são construídas à medida de uma referência. Esta foi construída à medida de uma referência alta, e, por isso, sim, foi a mais desgastante. Só para dar um exemplo, os jogos da Liga Placard têm uma exigência elevada na sua organização, com vários itens sujeitos a avaliação. Mas, globalmente, e temos sempre uma visão global do Clube, toda a dinâmica e atividade cresceram e, por isso, a gestão em todas as suas vertentes ficou mais exigente e desafiante.

A época que passou mostrou, uma vez mais, uma simbiose perfeita entre clube, adeptos e sócios. Pavilhão cheio, ambientes que não se vêem em mais nenhum local no país, uma grande adesão a diversas iniciativas, etc, etc. Esta realidade é, seguramente, muito gratificante para a Direcção...

Sem dúvida nenhuma. Temos muito orgulho no nosso público, pessoas verdadeiramente apaixonadas pelo Clube e conhecedoras da modalidade, o que é um fator muito relevante. Temos também muito orgulho em poder proporcionar à cidade de Aveiro bons jogos e, acima de tudo, bons espetáculos. Este ano até à fase do Play-off, o Esgueira foi o terceiro Clube com mais assistências na Liga, apenas suplantado pela Oliveirense e pelo FC Porto. Este resultado é muito gratificante e, simultaneamente, eleva a responsabilidade do Clube e da Cidade em fazer mais e melhor para manter este nível.

O próximo campeonato da Liga Placard será ainda mais exigente, com um maior número de equipas. Acredita que o Esgueira voltará a ter uma equipa competitiva?

A próxima Liga Placard será ainda mais difícil, porque vai ter mais equipas e um modelo ligeiramente diferente, mas o Esgueira está a preparar-se para se apresentar com uma equipa competitiva e capaz de lutar pelos seus objetivos.

Há alguma novidade que possa desvendar em relação à temporada 2019/2020?

A época está já há algum tempo a ser preparada, estando tudo a decorrer dentro do previsto. Vão existir algumas alterações normais nestas situações. Muito em breve serão divulgadas as novidades que ela vai trazer.

Foto: Ricardo Carvalhal